"UM SONHO POSSÍVEL"- 89° FESTIVAL
Ah! Se eu pudesse voltar ao tempo de minha infância.
Quando rodava pião, vivia na ilusão de ser criança.
Um dia eu já fui rei, no outro superherói,
Até um fora-da-lei, já me vesti de cowboy.
Foi tanto que imaginei que em sonhos eu me perdi,
E de repente, fatalmente eu cresci.
Longe do berço de casa e do amor dos meus pais,
Dos amigos verdadeiros, que eu deixei para trás,
O tempo passa depressa, amores e desencantos,
Restam agora só os meus cabelos brancos.
Mas hoje neste asilo em minha porta bateu,
Uma visita, um menino, era eu!
Venha comigo brincar em um mundo que ainda não há!
Onde prega a democracia que a velhice é sabedoria!
Caminhando pelos campos verdes,
Correndo nas praças, praticando esportes.
A melhor idade evoluindo de corpo são e mente forte.
Quem contribuiu a vida inteira, hoje pode viajar o mundo.
E aqueles que brilharam em artística carreira,
Não são esquecidos um segundo!
Tem samba a noite inteira, dança comigo minha veia!
É nosso Pacaembu, brilhando no festival.
Eita pavão poderoso, num cortejo glorioso!
Bodas de Ouro, o meu sonho mais real.
No lar patriarca, conselheiro do país,
E o respeito a nossa idade não precisa de estatuto,
Vem de berço é raiz!
Podia ser real, porém... Foi só um sonho,
Que chega ao final e ao despertar proponho.
Tentar mais uma vez, brilhar na avenida!
Meu rosto alegre escondera, a mágoa em mim contida!